Quem és tu pequena deusa?
Pele alva, olhos cor de mel, boca de Vênus, corpo fel
cálida tempera!
Quem és tu pequena deusa?
que devolve o que sou e ousa escarnecer
em minha face com sorriso faceiro
Quem és tu pequena deusa?
que mata e insiste em matar aquilo que jaz morto
Quem és tu pequena deusa?
que outrora não é mais
e que luz em ti não se faz
Quem és tu pequena deusa?
Que canta o som da morte
numa melodia tenebrosa
resplandeça tua verdade e tua morada
Quem és tu pequena deusa?
essa língua que incita
que ora geme ora regurgita
sussurra e mata
Quem és tu pequena deusa?
que neste instante vejo fria
numa matéria vazia
Quem és tu pequena deusa?
Que levou consigo a letra morta
e fez em ti abrigo
Quem és tu pequena deusa?
Que na lágrima salina
de um corpo ainda pueril
faz repousar o desejo
destino, vida, morte pelo beijo.
Incógnita Perfeita
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Eu moderno
Daqui, do balcão de minha janela
Vejo o mar
Prédios que oscilam no flamejar de luzes
e que oculta o vazio candente
da personificação da alma moderna
Imenso mar
Nele habita os escombros
resquícios da indiferença
pedaços da insensatez
expressão da individualidade
Tenebroso mar
ruína do ser
Vejo o mar
Prédios que oscilam no flamejar de luzes
e que oculta o vazio candente
da personificação da alma moderna
Imenso mar
Nele habita os escombros
resquícios da indiferença
pedaços da insensatez
expressão da individualidade
Tenebroso mar
ruína do ser
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Zumbido
Sozinho... na penumbra
que ilumina apenas as palavras
Tua imagem guia o ritmo da narração
Um estampido que de súbito
ilumina o que outrora foi cinza
A cena emerge
uma profusão de cores, êxtase
ritmos e sons
O gesto pula a cara
e pára
O mão toca o corpo
que sua
O gosto sobe a boca
que cala
No ar o silencio trêmulo que avança a alma
De ver, refletido em seus olhos
o mundo que por hora habita
parte daquilo que sou.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
1´ Antes
Tínhamos um sonho. Um destino ilusório, desenhado em nossas mentes que vislumbrava o amor, a amizade e a felicidade de cada um de nós.
Um sonho nos remete a lugares longínquos, mas nossa realidade nos faz acordar de maneira brusca e insensata.
Descrever aquele sorriso incógnito e com sutil malícia, parece-me tão difícil como descrever o amor perfeito. É como se nossos sonhos mais básicos, tivessem por um momento se tornado distante e por um instante tivéssemos perdido o controle de nossas emoções e impulsos.
Não conseguimos mais descrever o amor e nossos minutos decorreram como eternas horas num emaranhado de desejos inatingidos e inadmissíveis.
Bastou um minuto para que acordássemos de um terremoto e déssemos conta da realidade.
Um grito ecoou no silêncio abstrato e o universo inteiro parou por alguns instantes... enquanto víamos as ruínas se solidificarem dentro de nossas mentes e tornar-se uma realidade obtusa e inadmissível.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Lara
Nasce com a brisa do outono
No breve estampido da aurora
Um bramido...um feixe de luz fria que ilumina o dia
...pura...natural...
Gerada no amor, divina concepção
E nada abala, pois és rara
Parte minha, alma afim
Justa forma
Perfeita profusão
...inata...ativa...
absolutamente a vida.
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